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Artigo de Dom Fernando Rifan |
“O
Reino dos Céus [a Igreja] é como uma rede lançada ao mar e que contém peixes de
todo tipo, bons e maus” (cf. Mt 13, 47 e ss). A separação só acontecerá no fim
do
mundo!
A Igreja
é divina e humana. Divina nos seus ensinamentos, na sua graça, pela presença
contínua prometida e cumprida do seu divino fundador e pela assistência eficaz
do Divino Espírito Santo. Humana nos seus membros, nós, fracos e pecadores, que
muitas vezes não seguimos corretamente os seus ensinamentos. Os inimigos da
Igreja, quando querem ataca-la, procuram ressaltar a sua parte humana, fraca e
pecadora, e suas fraquezas histórias. Mas, umas das provas da parte divina da
Igreja são os santos, frutos da graça do Divino Espírito
Santo.
Certa vez, um
ateu refletia: “vocês, católicos, são extraordinários: vocês têm um São
Francisco de Assis, um São Bento, uma Madre Teresa de Calcutá, um João Paulo II,
todos com sua personalidade forte e grande liderança, e nenhum desses fundou uma
igreja para si, todos são da Igreja Católica!”.
Verdadeiramente uma
das coisas que mais causam admiração na Igreja é sua extraordinária unidade em
uma grande diversidade de carismas e formas de santidade. Esse imenso conjunto
de pessoas, humanas como nós, que deram grande exemplo de bravura, amor,
fortaleza e heroísmo, são a maior demonstração da beleza e santidade da Igreja.
A Igreja tem seus doutores, seus grandes historiadores, cientistas, oradores,
filósofos e teólogos. Mas sua força e verdadeira beleza são os santos.
Assim temos o
heroísmo jovem de Santa Inês, Santa Cecília, Santa Maria Goretti e, entre nós, a
beata Albertina Berkenbrock. O amor apaixonado de Santo Agostinho, o espirito
decidido de São Bento, a pobreza de São Francisco, a doutrina de São Domingos, a
ciência de Santo Tomás de Aquino, a alegria de São Filipe Neri, o zelo de Santo
Inácio, a vida interior de Santa Teresa, a simplicidade de Santa Teresinha, a
mansidão de São Francisco de Sales, a caridade abnegada de São José Moscati, o
heroísmo catequético do Beato José de Anchieta, o amor aos pobres de São Vicente
de Paulo, a caridade serviçal da Beata Madre Teresa de Calcutá e da Beata Irmã
Dulce dos Pobres, a fortaleza de Santa Gianna Beretta Molla, e muitíssimos
outros testemunhos da santidade, beleza, sublimidade e divindade da Igreja.
Quando alguém
quiser ressaltar a “banda podre” da Igreja, da sua parte humana, contraponha-lhe
a parte boa, os santos. Esses realmente são os que representam a Igreja. Esses
são os verdadeiros católicos, discípulos de Cristo e da sua Igreja, frutos da
graça de Deus, exemplo para todos nós.
E que honra para
nós sermos irmãos de tantos santos, já que somos filhos da Igreja! Somos da
mesma família. Temos crédito nos seus méritos, pela comunhão dos santos, ou
seja, a intercomunicação de graças e méritos que existe nessa sociedade de bens
espirituais, que começa na terra e resplandece no céu.